Resenha: O Oceano no fim do caminho.
Edição: 1
ISBN: 9788580573688
Editora: Intrínseca
Ano: 2013
Páginas: 208
Sinopse
Foi há quarenta anos, agora ele lembra muito bem. Quando os tempos ficaram difíceis e os pais decidiram que o quarto do alto da escada, que antes era dele, passaria a receber hóspedes. Ele só tinha sete anos. Um dos inquilinos foi o minerador de opala. O homem que certa noite roubou o carro da família e, ali dentro, parado num caminho deserto, cometeu suicídio. O homem cujo ato desesperado despertou forças que jamais deveriam ter sido perturbadas. Forças que não são deste mundo. Um horror primordial, sem controle, que foi libertado e passou a tomar os sonhos e a realidade das pessoas, inclusive os do menino.
Ele sabia que os adultos não conseguiriam — e não deveriam — compreender os eventos que se desdobravam tão perto de casa. Sua família, ingenuamente envolvida e usada na batalha, estava em perigo, e somente o menino era capaz de perceber isso. A responsabilidade inescapável de defender seus entes queridos fez com que ele recorresse à única salvação possível: as três mulheres que moravam no fim do caminho. O lugar onde ele viu seu primeiro oceano.
"Livros eram mais confiáveis que pessoas, de qualquer maneira" - `Pg 18
Quando comecei a ler “O Oceano no fim do Caminho” eu realmente não tinha ideia do que me esperava pela frente. Eu não li a sinopse em sites de livrarias online e nem mesmo na orelha do livro. Me aventurei no livro sem expectativas nenhuma. E adivinhem, eu adorei.
Em qualquer livro que eu leia eu sempre terei meu personagem favorito, sempre terei em quem me inspirar. Mas se perguntarem qual é o personagem favorito nesse livro, eu não saberei responder.
Essa é a história de uma criança que adorava ler histórias e que agora tinha a sua, uma história que era agora uma lembrança quase transparente, que ele não tinha certeza se era uma história.
Um homem sem nome, uma criança sem descrição é o personagem principal do livro. Muitas vezes durante suas aventuras no jardim me peguei imaginando-o, com a pele clara e cabelos escuros e curtos voando ao vento. Havia momentos que eu me identificava tanto com ele que tinha vontade de abraçar o livro imaginando sentir o cheiro de seus cabelos. Meu pequeno e precioso personagem favorito, tão único que não me atrevi a nomeá-lo. Mas há boatos que o autor se inspirou na própria infância para a construção do livro, será que ele é o protagonista?
Neil Gaiman, incrivelmente conseguiu contar uma história fantástica. Voltei para minha infância rapidamente ao ler o livro, enquanto passava os olhos correndo entre uma linha e outra me lembrava “Eu pensava dessa maneira quando era criança!” e lá estava eu, uma garotinha de 10 anos novamente. Bem, agora vou parar de rodeios e vou contar o porquê estou fascinada.
Esse livro conta a história de um homem, já com os seus quarenta anos de idade. Devido à uma tragédia na família e acaba voltando para cidade aonde cresceu, e lá resolve ver como está a casa aonde morava, chegando lá as lembranças vão abrindo as portas, pequenos tentáculos se esgueirando em sua cabeça, tentando voltar a um passado que ele nem sabe se é uma lembrança ou uma fantasia. Mas é na casa de sua antiga amiga Lettie Hempstock sentado em frente ao Oceano que as memórias ganham vida.
Ele conheceu Lettie, uma garota de cabelos curtos e castanhos, ela tinha sardas no nariz e era uma cabeça mais alta que ele, tinha 11 anos mas que parecia estranhamente ter muito mais do aquilo, acidentalmente quando o carro de seu pai é encontrado perto da casa dela, e dentro dele há um homem que havia cometido suicídio, e este mesmo era hóspede em sua casa.. Sua vida virou de cabeça para baixo daí em diante, quando descobriu inicialmente que seu gatinho, o Fofinho tinha sido atropelado pelo tal homem. O garoto morava com os pais e a irmã mais nova, que na época tinha cinco anos Ele sempre foi sozinho e de poucos amigos, só tinha os livros, seu gatinho e imaginação, mas ele não se importava pois com 7 anos ele sabia que aquilo estava perfeito para ele. Lettie acabou mostrando para ele outro lado desse mundo, um mundo que ele não conhecia, talvez até nem fosse esse mundo e sim aquele que ele achava estar estritamente nos livros. Mas depois que você acaba lendo este livro, tudo é possível.
"Livros eram mais confiáveis que pessoas, de qualquer maneira" - `Pg 18